Na trilha do educando

sexta-feira, 16 de julho de 2010 17:10 by Jornal do CIEP 207


Cada vez mais, redes sociais se configuram como espaço em que os jovens se dispõem a ter com os professores a interlocução que está difícil de se consumar apenas em sala de aula



Até poucos anos atrás, a relação cotidiana entre professores e alunos durante os períodos letivos costumava ter prazo para acabar: quando tocava o sinal que encerrava a última aula. Daí até o dia seguinte, desapareciam momentaneamente da vida alheia. Nas férias, cada um seguia para o seu lado - e, exceto nos casos em que eram moradores do mesmo bairro e poderiam se encontrar casualmente na rua, uns só receberiam notícias dos outros quando retornassem ao convívio na escola. Situação parecida regia o convívio diário entre os próprios professores, que também se despediam dos colegas na última reunião do semestre e, salvo as exceções em que havia amizade consolidada ou parentesco, só os reencontrariam na primeira reunião do semestre seguinte.

Um dia, alunos e professores deixavam a escola. A partir de então, transformavam-se em lembranças, que ficavam cada vez mais vagas com o tempo. Anos depois, alguns retornavam para matar saudades e contavam um pouco do que tinham feito da vida. Hora de festa, mas só por dez ou 15 minutos, pois a próxima turma aguardava o início da aula. Em seguida, os agora visitantes desapareciam novamente, voltando a se esconder por trás dos pontos de interrogação que, em muitos casos, já os acompanhavam quando estavam ali, mesmo tão perto, mas no fundo tão longe. Onde vivem? Como se divertem? No que acreditam e o que mais desejam? Como são as suas famílias? Em quem planejam votar nas próximas eleições? O que pensam da escola e dos professores?

Nenhuma das situações descritas acima parece caber em escolas - de ensino fundamental, médio ou superior - do século 21. Menos por conta do que ocorre dentro delas, e muito mais em virtude das transformações provocadas por um braço imenso da "revolução digital", que tem na internet seu maior ícone: as redes sociais. Não se trata, evidentemente, de uma invenção recente, embora o nome soe para muitos como algo contemporâneo. Elas existem desde que um primeiro agrupamento de seres humanos decidiu manter contato regular, por motivos pessoais ou profissionais, para troca de informações, experiências, causos ou piadas. Praças, clubes, igrejas, bares e restaurantes sediavam os encontros dessas redes - cujos membros dispunham, a distância, dos correios (e, depois, do telefone) para mantê-las ativas.


Novas interações


Com a popularização da internet e dos novos recursos de telefonia móvel, essas redes sociais encontraram um facilitador até então inédito. Sua disseminação entre as novas gerações, familiarizadas desde a infância com o uso de computadores e de telefones celulares, estabeleceu um cenário radicalmente distinto para a interação social. Mesmo a distância, é possível se manter conectado a alguém. Em diversas circunstâncias, a própria distância tende a aumentar o grau de conexão.


No âmbito da escola, essas transformações derrubaram simbolicamente paredes e muros. Não é mais preciso que todos estejam juntos na sala de aula ou no espaço escolar para que haja interação.

A geração de professores integrada desde a adolescência às redes sociais tem em Monique Buzatto, hoje com 22 anos, uma representante bem característica. "A primeira rede social que comecei a usar foi o Orkut, em 2004", lembra.

"Estava no ensino médio, tinha 16 ou 17 anos, e uma amiga mandou um convite (ainda tinha isso!) para que eu fizesse meu perfil. Só usávamos para trocar aquelas mensagens super-relevantes que adolescentes trocam, sabe? (risos) Quando entrei na faculdade, em 2006, comecei a participar dos fóruns de discussão de algumas comunidades, principalmente as sobre literatura."


Monique começou a ter alunos como amigos no Orkut em 2007, quando dava aulas de inglês para adolescentes em uma escola de idiomas. "O objetivo era que eles me mandassem as lições de casa por 'scrap', já que nunca as faziam no livro e eu via que eles estavam sempre online", explica.


"A escola em que eu trabalhava tinha o lab, onde os alunos podiam acessar a internet antes da aula. Eles ficavam sempre no Orkut, então tive a ideia de aproveitar algo de que eles gostavam e usar aquilo a meu favor." Curiosamente, o comportamento dos colegas professores que se tornavam amigos na rede era (e continua sendo) muito diferente.


Do cotidiano à sala de aula
Em outras palavras, "preparar uma aula que fosse 'a cara' do aluno". No primeiro semestre deste ano, Monique teve apenas alunos adultos, com pelo menos 30 anos, que usam o Orkut, o Facebook e o Twitter.


Como o principal objetivo é "que os alunos falem inglês a maior parte do tempo", ela se comunica com eles em inglês mesmo fora da aula, graças às redes sociais. "Comentamos as fotos um do outro no Facebook, fazemos piadinhas no Twitter", exemplifica. "Às vezes eu posto algum link de um vídeo em inglês para eles se divertirem. Mas, principalmente, eu vejo os assuntos de que eles falam e tento levar isso para a sala de aula, usando como ponto de partida para chegar na matéria que preciso ensinar."

Veja a entrevista completa no link a seguir: Revista Educação

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